Um cálice
Há muitos anos derramava um cálice
que implorava a Deus pelo que seja,
e derramava o que talvez amasse,
e derramava o que de mim rasteja.
Fazia limo, e à noite tossia
toda a umidade que a secura ardia.
Fazia festa o mofo que tecia
todo o calor de sua existência fria.
Quando abraçava, à noite, sua caneta
abria arquivos de uma lua preta,
Quando pintava com dor e palavras
cenário cego, insípida paleta.
Sonhava as cores de uma obra-prima
em seus outonos de textura fina
atualizava-se no nascimento
do dia; a noite que o sol assassina.
O seu sorriso desprendia pedra
com a crueza que me transpenetra.
Há muitos anos derramava um cálice
que ainda hoje minha vida afeta.
("Fuja do jardim enquanto temos tempo"
alguém gritou, quebrando o encantamento)
que implorava a Deus pelo que seja,
e derramava o que talvez amasse,
e derramava o que de mim rasteja.
Fazia limo, e à noite tossia
toda a umidade que a secura ardia.
Fazia festa o mofo que tecia
todo o calor de sua existência fria.
Quando abraçava, à noite, sua caneta
abria arquivos de uma lua preta,
Quando pintava com dor e palavras
cenário cego, insípida paleta.
Sonhava as cores de uma obra-prima
em seus outonos de textura fina
atualizava-se no nascimento
do dia; a noite que o sol assassina.
O seu sorriso desprendia pedra
com a crueza que me transpenetra.
Há muitos anos derramava um cálice
que ainda hoje minha vida afeta.
("Fuja do jardim enquanto temos tempo"
alguém gritou, quebrando o encantamento)
Poxa vida, Flávio.
ResponderExcluirMuito bonito e muito bem escrito.
Seja meu irmão mais novo.
Beijo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPoeminha é o que há! :)
ResponderExcluirFlw.
Achei bonito. Agora gostaria de saber sua idéia sobre minhas idéias em http://dozeroaoum.wordpress.com.
ResponderExcluirBelos quartetos decassílabos, bastante subjetivos, cheios de possíveis significados, apreciei. Escreva mais deles...
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