Pelo bairro
A última semana foi tão pesada que me fez planejar um fim de semana cheio de eventos.
Convidei mil amigos pra comer pizza aqui em casa, combinei de sair com o pessoal da natação, fiz tudo o que eu pude pra que o meu final de semana não fosse baseado, mais uma vez, em ficar em casa comendo Shot de amendoim.
Obviamente, nenhum dos combinados deu certo. Pra piorar, o meu celular estragou e me impediu de ligar pra alguém pra tentar combinar algo de última hora. Pra repiorar, o namorado pediu um tempo.
Escrevo isso comendo Shot de amendoim.
--
Na falta do que fazer, dar uma volta pelo bairro me pareceu ótimo. O dia já tinha escurecido e a temperatura estava baixa. Dia nublado. Exatamente o visual que me encantou quando vim para Curitiba pela primeira vez e me fez mudar pra cá.
Fui desfilando a cara feia pelas ruas, ocasionalmente ficando com medo de algum grupinho que se aproximava e pensando em atravessar a rua, ocasionalmente assustando alguma velhinha ao passar por ela e vê-la atravessar a rua com medo de mim.
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Até que passei por uma mulher, negra e com tererês multicoloridos no cabelo.
Atravesso seu caminho ignorando completamente a existência dela (e ela a minha). Depois de cruzar com ela, escuto um "Oi!" tão alegre que confesso que fiquei com medo.
Respondo um "Oi" tímido. Ela para o seu caminho e diz, bem alto, "Sorria, garoto! Anda com a cara fechada não!".
Me senti um bobo, andando por aí sem mostrar os dentes pelo caminho.
"Isso aí!" disse pra ela, e abri um sorriso. Ela respondeu "Agora vou correr, que tenho que trabalhar. Tchau!" e realmente saiu correndo.
Obrigado, mulher maluca que gritou comigo me mandando sorrir. Você fez meu dia valer a pena.
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Valer a pena até que eu passei pelo supermercado e escutei a caixa comentar com a empacotadora "Porcaria de música, hein?" e a empacotadora responder "Depois os clientes não voltam e eles não sabem o porquê!"
Tava tocando Cássia Eller, cantando Juventude Transviada. Olhei para a empacotadora e sorri.
Com ódio, mas sorri.
Convidei mil amigos pra comer pizza aqui em casa, combinei de sair com o pessoal da natação, fiz tudo o que eu pude pra que o meu final de semana não fosse baseado, mais uma vez, em ficar em casa comendo Shot de amendoim.
Obviamente, nenhum dos combinados deu certo. Pra piorar, o meu celular estragou e me impediu de ligar pra alguém pra tentar combinar algo de última hora. Pra repiorar, o namorado pediu um tempo.
Escrevo isso comendo Shot de amendoim.
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Na falta do que fazer, dar uma volta pelo bairro me pareceu ótimo. O dia já tinha escurecido e a temperatura estava baixa. Dia nublado. Exatamente o visual que me encantou quando vim para Curitiba pela primeira vez e me fez mudar pra cá.
Fui desfilando a cara feia pelas ruas, ocasionalmente ficando com medo de algum grupinho que se aproximava e pensando em atravessar a rua, ocasionalmente assustando alguma velhinha ao passar por ela e vê-la atravessar a rua com medo de mim.
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Até que passei por uma mulher, negra e com tererês multicoloridos no cabelo.
Atravesso seu caminho ignorando completamente a existência dela (e ela a minha). Depois de cruzar com ela, escuto um "Oi!" tão alegre que confesso que fiquei com medo.
Respondo um "Oi" tímido. Ela para o seu caminho e diz, bem alto, "Sorria, garoto! Anda com a cara fechada não!".
Me senti um bobo, andando por aí sem mostrar os dentes pelo caminho.
"Isso aí!" disse pra ela, e abri um sorriso. Ela respondeu "Agora vou correr, que tenho que trabalhar. Tchau!" e realmente saiu correndo.
Obrigado, mulher maluca que gritou comigo me mandando sorrir. Você fez meu dia valer a pena.
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Valer a pena até que eu passei pelo supermercado e escutei a caixa comentar com a empacotadora "Porcaria de música, hein?" e a empacotadora responder "Depois os clientes não voltam e eles não sabem o porquê!"
Tava tocando Cássia Eller, cantando Juventude Transviada. Olhei para a empacotadora e sorri.
Com ódio, mas sorri.
São tantos assuntos que lavam a alma e torcem o cérebro que nem sei se estendo as idéias,ou recolho as palavras, se enxugo os assuntos ou ponho tudo de molho...
ResponderExcluirPaulo Meirelles -
adorei a tia do Oi. São pessoas iluminadas...
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