Suspenso
De uns dias pra cá, toda vez que o despertador toca pela manhã, eu entro num estado de vazio de pensamentos que me assusta.
É como se eu passasse alguns segundos em estado de total falta de referência, como se o computador da minha mente ainda estivesse inicializando e os dados ainda não tivessem sido computados corretamente.
As informações de quem eu sou vem uma a uma, como se não fosse natural pra mim sabê-las.
"Onde é que eu trabalho mesmo?"
Eu lembro, e é como se levasse o soco da rotina da vida adulta todo de uma só vez.
"Eu moro sozinho?"
E cai a ficha, "Sim, eu moro sozinho. É muito fácil alguém entrar nessa casa se pular o muro."
E vem um pânico que ignora o fato de eu já morar sozinho há anos.
As notícias dos últimos tempos vão aparecendo.
"Quem morreu? Ah, é. Que merda."
"O que é que eu prometi fazer? Mas eu não consigo fazer isso!"
Dura muito pouco tempo, mas é uma sensação muito ruim de ausência de localização.
É como se eu tivesse ido dormir aos dez anos de idade e acordado aos vinte e seis, e esses dezesseis anos precisassem se revelar em poucos segundos, antes do dia começar.
E por um minuto, eu quero chorar.
E então levanto e vou tomar o café.
Talvez eu precise dormir mais.
É como se eu passasse alguns segundos em estado de total falta de referência, como se o computador da minha mente ainda estivesse inicializando e os dados ainda não tivessem sido computados corretamente.
As informações de quem eu sou vem uma a uma, como se não fosse natural pra mim sabê-las.
"Onde é que eu trabalho mesmo?"
Eu lembro, e é como se levasse o soco da rotina da vida adulta todo de uma só vez.
"Eu moro sozinho?"
E cai a ficha, "Sim, eu moro sozinho. É muito fácil alguém entrar nessa casa se pular o muro."
E vem um pânico que ignora o fato de eu já morar sozinho há anos.
As notícias dos últimos tempos vão aparecendo.
"Quem morreu? Ah, é. Que merda."
"O que é que eu prometi fazer? Mas eu não consigo fazer isso!"
Dura muito pouco tempo, mas é uma sensação muito ruim de ausência de localização.
É como se eu tivesse ido dormir aos dez anos de idade e acordado aos vinte e seis, e esses dezesseis anos precisassem se revelar em poucos segundos, antes do dia começar.
E por um minuto, eu quero chorar.
E então levanto e vou tomar o café.
Talvez eu precise dormir mais.
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