O melhor ou o máximo
Joguei aqui no Google e um carro popular chega a velocidade máxima de 180 km/h.
Digamos que você compre um.
Aí, como ele consegue chegar a 180 km/h, você começa a acelerar ele o tempo todo para chegar nessa velocidade.
Dane-se que é só pra ir de uma esquina a outra, você precisa chegar no máximo.
O carro fica difícil de controlar, começa a gastar muito, os pneus começam a durar cada vez menos, e você se frustra.
Não deu boa.
--
Aí você começa a tentar corrigir o problema por levar no mecânico.
"Queridão, aqui fala que o consumo médio é de 13 km/l, mas eu tô fazendo 8."
"Você costuma pisar muito?"
"Sim, mas ele tem que render. Não diz que faz esse consumo? Exijo que faça esse consumo."
O mecânico nem dá muita bola. Faz alguma gambiarra de ajuste e o carro até começa a gastar um pouco menos, mas você não se satisfaz. Está lento.
Ele tem que ser o mais econômico E o mais rápido.
Enjambre aqui, enjambre ali, o carro até melhora um pouco mais na velocidade mas... começa a fazer muito barulho.
E você não gosta.
Ele tem que ser o mais econômico, o mais rápido E o mais silencioso.
--
Concorda comigo que ninguém seria doido de tratar um carro assim?
Então por que diabos a gente se trata desse jeito?
A gente permitiu que enfiassem na nossa cabeça que se a gente não satisfaz todos os critérios possíveis a gente não vai ser feliz.
E se o corpo não está trincado, você não está bem o suficiente.
Se o salário não está alto, você não está bem o suficiente.
Se o namorado não for o mais bonito do rolê, você não está bem o suficiente.
Essa ansiedade e exaustão constante são reflexos diretos do nosso motor girando na maior velocidade possível, tentando economizar combustível e ficar em silêncio ao mesmo tempo.
--
"Dê sempre o seu melhor" e "Realize seu máximo potencial!" são frases doentes.
Não é saudável dar o máximo de si. Tem uma diferença muito grande entre o "máximo" e "o melhor".
Um carro não precisa ser simultaneamente o mais rápido, mais frugal e mais silencioso para ter valor, precisa? Só precisa atender aquilo que ele se propõe a fazer.
Dar o seu melhor não é dar o seu máximo.
O melhor que você pode dar é ir bem naquilo que é sua aptidão natural e ser esforçado - e não obcecado - naquilo que não é.
É encontrar algum equilíbrio que não seja perfeito, mas pelo menos te atenda naquilo que é importante para você.
Fazendo isso, seu motor vai longe.
Digamos que você compre um.
Aí, como ele consegue chegar a 180 km/h, você começa a acelerar ele o tempo todo para chegar nessa velocidade.
Dane-se que é só pra ir de uma esquina a outra, você precisa chegar no máximo.
O carro fica difícil de controlar, começa a gastar muito, os pneus começam a durar cada vez menos, e você se frustra.
Não deu boa.
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Aí você começa a tentar corrigir o problema por levar no mecânico.
"Queridão, aqui fala que o consumo médio é de 13 km/l, mas eu tô fazendo 8."
"Você costuma pisar muito?"
"Sim, mas ele tem que render. Não diz que faz esse consumo? Exijo que faça esse consumo."
O mecânico nem dá muita bola. Faz alguma gambiarra de ajuste e o carro até começa a gastar um pouco menos, mas você não se satisfaz. Está lento.
Ele tem que ser o mais econômico E o mais rápido.
Enjambre aqui, enjambre ali, o carro até melhora um pouco mais na velocidade mas... começa a fazer muito barulho.
E você não gosta.
Ele tem que ser o mais econômico, o mais rápido E o mais silencioso.
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Concorda comigo que ninguém seria doido de tratar um carro assim?
Então por que diabos a gente se trata desse jeito?
A gente permitiu que enfiassem na nossa cabeça que se a gente não satisfaz todos os critérios possíveis a gente não vai ser feliz.
E se o corpo não está trincado, você não está bem o suficiente.
Se o salário não está alto, você não está bem o suficiente.
Se o namorado não for o mais bonito do rolê, você não está bem o suficiente.
Essa ansiedade e exaustão constante são reflexos diretos do nosso motor girando na maior velocidade possível, tentando economizar combustível e ficar em silêncio ao mesmo tempo.
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"Dê sempre o seu melhor" e "Realize seu máximo potencial!" são frases doentes.
Não é saudável dar o máximo de si. Tem uma diferença muito grande entre o "máximo" e "o melhor".
Um carro não precisa ser simultaneamente o mais rápido, mais frugal e mais silencioso para ter valor, precisa? Só precisa atender aquilo que ele se propõe a fazer.
Dar o seu melhor não é dar o seu máximo.
O melhor que você pode dar é ir bem naquilo que é sua aptidão natural e ser esforçado - e não obcecado - naquilo que não é.
É encontrar algum equilíbrio que não seja perfeito, mas pelo menos te atenda naquilo que é importante para você.
Fazendo isso, seu motor vai longe.
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