Don't start now
Na primeira sessão com um paciente novo, eu peço pra pessoa ficar atenta aos sinais do seu inconsciente. A terapia fica muito mais rica quando a gente presta atenção às coisas pequenas que acontecem na nossa cabeça.
Está com alguma música na cabeça o tempo todo? Anota. Talvez algo na letra dela ou alguma memória relacionada queira dizer algo.
Um pensamento obsessivo? Anota (várias vezes, se necessário). Por que nosso cérebro está achando aquilo tão importante?
Sonhou? Anota. Vamos desdobrar os símbolos que estão ali, o que está acontecendo ali que pode exigir nossa atenção?
Existe muito subtexto na nossa cabeça o tempo todo. Só de prestar um pouquinho de atenção nesses processos, todo um mundo de símbolos pode se abrir.
--
Eu sou um homem de ideologias simples. Eu gosto de coisas belas, de regras fáceis de entender e de sushi a preços populares.
Ontem, fui dormir feliz porque recebi uma notificação no celular bela e fácil de entender: cupom do iFood, sushi promocional com bolinho de peixe.
Foi uma noite alegre, mas tive sonhos intranquilos de fazer inveja ao Gregor Samsa.
O último foi com a música nova da Dua Lipa, que chama Don't Start Now. Ótima música pra quem gosta de pop-com-passinho-discoteca-pra-dançar-sozinho-no-quarto.
No sonho, eu ouvia a música enquanto limpava o vaso sanitário.
E limpava o vaso. E ouvia a música. E limpava o vaso. E ouvia a música.
SUANDO FRIO NA CAMA.
O vaso. A música. O vaso. A música.
Vaso sanitário. Don't start now.
Vaso sanitário. Don't start now.
Vaso sanitário.
Acordei num sobressalto e corri pro banheiro. Caganeira daquelas violentas, como se uma baleia jubarte dentro de mim esguichasse toda a água do mar de uma só vez.
Me perdoem pela imagem.
--
Foi um lindo aviso do meu cérebro.
Um sonho belo, uma metáfora simples: Don't start now, não comece agora. Pelo amor de Deus, acorda logo pra ir ao banheiro, senão você vai cagar na cama.
Era tudo em que eu acredito na vida em um sonho só: o belo, o encaixe, os ecos do sushi promocional.
O inconsciente é lindo.
Está com alguma música na cabeça o tempo todo? Anota. Talvez algo na letra dela ou alguma memória relacionada queira dizer algo.
Um pensamento obsessivo? Anota (várias vezes, se necessário). Por que nosso cérebro está achando aquilo tão importante?
Sonhou? Anota. Vamos desdobrar os símbolos que estão ali, o que está acontecendo ali que pode exigir nossa atenção?
Existe muito subtexto na nossa cabeça o tempo todo. Só de prestar um pouquinho de atenção nesses processos, todo um mundo de símbolos pode se abrir.
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Eu sou um homem de ideologias simples. Eu gosto de coisas belas, de regras fáceis de entender e de sushi a preços populares.
Ontem, fui dormir feliz porque recebi uma notificação no celular bela e fácil de entender: cupom do iFood, sushi promocional com bolinho de peixe.
Foi uma noite alegre, mas tive sonhos intranquilos de fazer inveja ao Gregor Samsa.
O último foi com a música nova da Dua Lipa, que chama Don't Start Now. Ótima música pra quem gosta de pop-com-passinho-discoteca-pra-dançar-sozinho-no-quarto.
No sonho, eu ouvia a música enquanto limpava o vaso sanitário.
E limpava o vaso. E ouvia a música. E limpava o vaso. E ouvia a música.
SUANDO FRIO NA CAMA.
O vaso. A música. O vaso. A música.
Vaso sanitário. Don't start now.
Vaso sanitário. Don't start now.
Vaso sanitário.
Acordei num sobressalto e corri pro banheiro. Caganeira daquelas violentas, como se uma baleia jubarte dentro de mim esguichasse toda a água do mar de uma só vez.
Me perdoem pela imagem.
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Foi um lindo aviso do meu cérebro.
Um sonho belo, uma metáfora simples: Don't start now, não comece agora. Pelo amor de Deus, acorda logo pra ir ao banheiro, senão você vai cagar na cama.
Era tudo em que eu acredito na vida em um sonho só: o belo, o encaixe, os ecos do sushi promocional.
O inconsciente é lindo.

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