Quem está ouvindo?
Você já deve estar sabendo, porque todo mundo está: o pinto do Eduardo Bolsonaro é pequeno.
Honestamente, eu não me importo com tirarem sarro dele.
Longe de mim defender um cara machista que quer mostrar que é fodão e tenta lacrar pra cima da ex-namorada.
Mas aí vem a enxurrada de memes tirando sarro do - suposto - micropênis dele.
E isso me incomoda.
--
Já sei a defesa: "Mas o cara é um boçal, machista, qual o problema de usar do mesmo veneno que ele usa?"
O problema não é ele.
É que não é "só" com ele.
Toda vez que a gente abre a boca pra falar tem alguém ouvindo.
Chega a ser engraçado, porque a pessoa que ouve por tabela e que ninguém teve a intenção de magoar é quase sempre a que sai ferida.
Lembro de todas as piadas "de viado" que eu ouvi quando criança e da dor que elas causavam em mim, mesmo não sendo direcionadas à minha pessoa.
Lembro de quando alguém da família falava que algum gay da cidade era nojento, e de sentir que essa pessoa também teria nojo de mim.
Lembro da amiga que ouvia a mãe falando mal de gordo e que desenvolveu uma anorexia tenebrosa quando começou a ver o mínimo de mudança no ponteiro da balança.
Nenhum comentário foi diretamente endereçado para machucar, mas ecoava para sempre no coração de quem ouvia.
--
Um comentário maldoso sobre uma característica que alguém não tem controle pode deixar feridas fundas.
Fazer um comentário desses mostra que você considera essa característica relevante para o valor de um indivíduo, e esse indivíduo pode estar ao seu lado, ansioso por um pouco de aprovação.
Se alguém já tem uma característica que lhe deixa inseguro, ouvir um comentário desses pode ser a gota que falta para fazer uma merda.
Porque pode parecer um sarro muito divertido, e tantas vezes eu rio junto, mas a graça passa rapidinho quando aparece um pré-adolescente no consultório que tentou o suicídio por causa da zoação dos colegas de escola com seu micropênis.
Longe de mim querer policiar a discórdia.
Brigar é natural, tirar sarro é natural e eu sei que a zoeira never ends, mas quero deixar o pedido: quando tentar atingir alguém, por favor, tente usar uma arma que só atinja aquela pessoa.
Tem sempre alguém ouvindo.
Honestamente, eu não me importo com tirarem sarro dele.
Longe de mim defender um cara machista que quer mostrar que é fodão e tenta lacrar pra cima da ex-namorada.
Mas aí vem a enxurrada de memes tirando sarro do - suposto - micropênis dele.
E isso me incomoda.
--
Já sei a defesa: "Mas o cara é um boçal, machista, qual o problema de usar do mesmo veneno que ele usa?"
O problema não é ele.
É que não é "só" com ele.
Toda vez que a gente abre a boca pra falar tem alguém ouvindo.
Chega a ser engraçado, porque a pessoa que ouve por tabela e que ninguém teve a intenção de magoar é quase sempre a que sai ferida.
Lembro de todas as piadas "de viado" que eu ouvi quando criança e da dor que elas causavam em mim, mesmo não sendo direcionadas à minha pessoa.
Lembro de quando alguém da família falava que algum gay da cidade era nojento, e de sentir que essa pessoa também teria nojo de mim.
Lembro da amiga que ouvia a mãe falando mal de gordo e que desenvolveu uma anorexia tenebrosa quando começou a ver o mínimo de mudança no ponteiro da balança.
Nenhum comentário foi diretamente endereçado para machucar, mas ecoava para sempre no coração de quem ouvia.
--
Um comentário maldoso sobre uma característica que alguém não tem controle pode deixar feridas fundas.
Fazer um comentário desses mostra que você considera essa característica relevante para o valor de um indivíduo, e esse indivíduo pode estar ao seu lado, ansioso por um pouco de aprovação.
Se alguém já tem uma característica que lhe deixa inseguro, ouvir um comentário desses pode ser a gota que falta para fazer uma merda.
Porque pode parecer um sarro muito divertido, e tantas vezes eu rio junto, mas a graça passa rapidinho quando aparece um pré-adolescente no consultório que tentou o suicídio por causa da zoação dos colegas de escola com seu micropênis.
Longe de mim querer policiar a discórdia.
Brigar é natural, tirar sarro é natural e eu sei que a zoeira never ends, mas quero deixar o pedido: quando tentar atingir alguém, por favor, tente usar uma arma que só atinja aquela pessoa.
Tem sempre alguém ouvindo.
Exatamente. Vi essa discussão ocorrendo no FB e pensei nessas coisas também, foi legal ver vc falando disso aqui. Acho que muita gente ficou meio cega de vontade de falar mal do fulano em questão (não vou julgar, tb tenho vontade de falar mal dele) e aproveitaram pra zoar por essa questão que nem se sabe se é verdade, e se for, não é nada relevante às discussões atuais...
ResponderExcluirMe lembra de gente que zoa uma mulher por ser gorda, um gay por ser afeminado, enfim.